7 perguntas básicas iniciais
Nos últimos 30 dias, alguma dor na mandíbula, têmporas?
Nos últimos 30 dias, dor na mandíbula ao acordar?
Nos últimos 30 dias, atividades seguintes, mudam sua dor na mandíbula e têmporas?
Mastigar alimentos duros ou difíceis?
Abrir a boca ou mover para frente ou para o lado?
Hábitos como manter dentes juntos, apertar, esfregar ou mascar chicletes?
Outras atividades da boca como falar, beijar, bocejar?
O que é DTM?
São distúrbios que envolvem os músculos mastigatórios, com dor no seu próprio local ou refletindo para outras áreas, envolve também barulhos articulares como estalos, barulhos de raspar (crepitações). Normalmente vem associado com cervicalgias (envolvimento dos músculos do pescoço) e cefaleias. Limitações na abertura, travamento de boca aberta e fechada, desvios na abertura da boca. É comum este tipo de dor simular otalgia( dor no ouvido ). Envolvido também com o bruxismo que é o ato de ranger e apertar os dentes.
O que pode causar a DTM?
Alterações metabólicas, fatores hormonais, estresse, traumas grandes em caso de acidentes, pancadas no queixo por exemplo, muito tempo de boca aberta por exemplo em um tratamento odontológico; traumas pequenos como ranger dos dentes, apertamento dental, hábitos de roer unhas, morder lábios e algumas alterações oclusais
O que pode perpetuar, precipitar a DTM?
Um deles são os hábitos deletérios como apertar os dentes, morder os lábios, morder bochechas, chicletes, roer unha, morder objetos e outros podem estar perpetuando e/ou precipitando. Temos também alterações comportamentais, privação do sono, stress, depressão, fibromialgia, doenças reumáticas e outras patologias sistêmicas
Eu preciso intervir nos meus dentes para tratar?
Na maior parte dos casos não se executa tratamentos odontológicos comum como ortodontia, restaurações, próteses, ajustes nos dentes e outros.
As terapias são conservadoras com diagnósticos criteriosos e com correta interação com outras áreas da saúde.
Algumas vezes se lança mão de fármacos e placas interoclusais individualizadas para cada caso.
Intervenções diretas na musculatura.
Liberação da articulação através de manobras específicas
Exercícios para trabalhar a motricidade oral e fortalecimento muscular.
Usa-se muito pouco de reabilitações extensas, ortodontia e cirurgia para tratar a dor em si nestes casos.
Quais sinais e sintomatologias podem estar relacionados?
Cefaléia crônica
Dor na face
Dor ou dificuldade de mastigar
Cansaço ao mastigar
Dor cervical e nos ombros
Enrijecimento da nuca e pescoço
Limitação da abertura da boca
Luxação e subluxação mandibular
Problemas oclusais ( alteração no encaixe dos dentes)
Bruxismo
Alterações da postura
Vertigem
Otalgia (dor de ouvido)
Zumbido
Ruídos na ATM
Quais probabilidades de uma pessoa desenvolver DTM?
Depende de vários fatores, mas um deles poderíamos citar a parte hormonal, pois atinge mais mulheres do que homens, principalmente na fase reprodutiva. Mas temos muitas variáveis, como tolerância e adaptabilidade de cada indivíduo. Resistência individual dos tecidos de indivíduo para indivíduo. Outro fator também merece destaque é a genetica, já existe vários marcadores geneticos relacionados citados na literatura.
Por que os pacientes não melhoram, parece crônico?
Alguns diagnósticos são complexos, necessitando uma boa avaliação médica com especialistas, mas um dos motivos talvez seja a resistência a alguns tratamentos e a não adesão a eles, que podem levar a um ciclo vicioso.
CICLO VICIOSO dor gerando espasmo, diminuição do movimento, diminuição massa muscular, diminuição em produzir força muscular, diminuição da capacidade muscular, gerando dor.
Está bem documentado na literatura sobre excesso de medicamentos. Uso contínuo de fármacos precisam ser reavaliados.
O paciente com DTM geralmente é um doente crônico que demora anos para buscar tratamento. Como os sintomas são muito subjetivos e podem estar ligados a outros problemas médicos (depressão, problemas otológicos ou reumatológicos), o dentista, muitas vezes, é o último profissional da saúde a ser procurado.
Eu tenho a mordida torta, seria esta a causa da minha DTM? E se eu não consertar minha mordida, o risco de eu ter DTM é maior? (fonte: Juliana dentista).
Estas são as duas perguntas mais frequentes no consultório! Quando se iniciaram os estudos de DTM, acreditava-se muito na associação entre a oclusão dentária (forma da mordida) e os sinais e sintomas de DTM. Mas, após pesquisas que acompanharam pacientes ao longo da vida, percebeu-se que a oclusão não é associada a DTM, ou seja, não é corrigindo a posição de seus dentes que você vai melhorar ou prevenir o aparecimento de uma DTM!!! Evite tratamentos que chamamos de irreversíveis que promovam esta mudança tais como desgaste dentário, aparelhos ortodônticos/ortopédicos e reabilitação oral para tratar DTM. Veja bem, eu escrevi PARA TRATAR DTM! Ou seja, claro que se estiver indicado algum tratamento deste tipo para melhorar a eficiência da sua mastigação, a posição de seus dentes e a sua estética, este deve ser indicado e executado para estes fins.
Então se eu tenho mordida torta e estou com dor, o que fazer?
Você tendo mordida torta ou problema de oclusão com dor, poderíamos até considerar este problema como um fator de risco, mas não podemos esquecer que o organismo tem sua capacidade adaptativa, uma acomodação fisiológica a esta condição. Então a princípio não estaria indicado tratamento oclusal, pelo menos nesta fase. Muitas disfunções dolorosas podem causar alterações oclusais como consequência.
Dor na face e cervical podem ser tratados por um dentista?
Sim. Desde que elas estejam relacionados com a DTM. E muitas destas sintomatologias tem relação: músculos e articulações da mandíbula referindo dor, músculos e estruturas cervicais relacionadas com a mecânica mandibular também referindo dor. Na própria definição da especialidade enfatiza: músculos da mastigação, ATM e estruturas associadas.
Por que esta especialidade tornou-se importante na atualidade?
Porque a boca não é constituída só de dente, gengiva, língua, saliva, bochechas, etc; mas sim constituída também por coisas banais, invisíveis como microrganismos, uma flora microbiana complexa, nós temos mais de 400 tipos de micróbios que vivem numa forma simbiótica muita grande, mas que os desequilíbrios causam infecções oportunistas. A saliva também é uma coisa que não pode faltar, nós deglutimos cerca de 700ml de saliva dia, e saliva não é água. Saliva é um conteúdo complexo que tem vários componentes com papéis diversos inclusive imunológicos, então se você reduz o fluxo salivar, você reduz a lubrificação de todo o trato digestivo alto, você reduz todos os componentes orgânicos responsáveis por proteção imunológica. Esta redução acontece com a idade, alterações hormonais, na mulher quando atinge a menopausa, acontece com a diabete e acontece com vários tipos de medicamentos.
Então quando o paciente tem dor na boca ou na face dependendo do período em que se encontra ele começa a ter alterações desta homeostase da boca, que são situações que criam doentes com fatores associados que muitas vezes contribuem para desenvolver alterações nesta região.
Outro fator é o aparelho mastigatório, sendo interessante essa região da face porque ela tem um único osso móvel que é a mandíbula que tem um movimento amplo através de suas duas articulações que são independentes, mas ao mesmo tempo interdependentes que executa movimentos variados em todos os sentidos, porque a mastigação muda, às vezes de um lado, às vezes do outro. E alterações ao longo da vida são muito comum, como hábitos. Então você tem uma mudança no local da dor, como fosse migratória, às vezes na própria boca, às vezes num lado da face e do outro, e isso foi por muitos anos caracterizado como uma dor facial atípica, confundindo diagnósticos e para complicar, todo este complexo está envolvido por músculos da mastigação que são músculos poderosos e que podem produzir dor, dor tipo cefaleia. Além disso estes músculos são fonte de dor do tipo difusa irradiada.
E finalmente o dente que culturalmente é uma coisa simples que não causa dano maior, só que é muito complexo em relação a sensibilidade, ele tem um nervo, um conjunto vasculo-nervoso e a dor na boca causada por dente é uma dor vascular do tipo visceral. E ao redor dele temos os ligamentos periodontais que funcionam como uma articulação que se modificam ao longo do tempo. E é um órgão capaz de gerar grande sensibilização nervosa central e periférica. E consequentemente esta dor é difusa e irradiada, às vezes não identificando-a com dor de dente.
Você tem DTM? Faça seu auto-teste recomendado pela Academia Europeia de Disfunção Crânio mandibular
1. Tem dor quando abre a boca ou quando mastiga. Uma vez por semana ou mais?
2. Tem dor na face, têmporas, articulação temporomandibular ou maxilares. Uma vez por semana ou mais?
3. Já teve a mandíbula presa ou travada de forma que não abrisse completamente a sua boca?
4. Tem dores de cabeça mais do que uma vez por semana
Se você responder a uma dessas questões positivamente, provavelmente você está desenvolvendo uma DTM e deverá procurar um especialista em Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial. Este questionário é o utilizado pela Academia Europeia de Disfunção Craniomandibular para avaliação dos sintomas de DTM.
(fonte: asgatm.com.br)
Em relação ao sono, como saber se estamos dormindo bem?
Como um primeiro alerta temos que estar atento a sonolência diurna. Se esta sonolência está frequente é importante se submeter a uma avaliação médica.
Qual a posição melhor para dormir?
O melhor é dormir de lado. Tentar evitar de dormir de barriga para cima, porque a gravidade puxa a língua para trás, juntamente com o relaxamento dos músculos faríngeos pode obstruir a passagem de ar.
